A experiência
imperdível da leitura e a busca de afirmação da subjetividade de alguém no
mundo das palavras formam um leque de lances e conceitos quase infinito e têm
lugar de destaque no território das reflexões sobre leitura.
Entretanto, a complexidade, a disponibilidade,
a multiplicidade de sentidos, os arranjos sugestivos, as brechas de
significação, mesmo nos textos referenciais, parecem solicitar mais do que uma
leitura sob o crivo da razão, e é aí que entra o imaginário do leitor. Isso
porque sentir, imaginar e criar são modos de pensar e também componentes
praticamente simultâneos nas trilhas da leitura, nos caminhos da criação.
A leitura se move, com uma dinâmica muito
singular, pelo desejo de entender, imaginar e recriar o mundo traçado pelas
palavras e o mundo em que se vive de fato e pode ser revisto, reordenado e
reinventado pela sensibilidade do leitor.
É da natureza do
ser humano uma expressiva propensão para viver a fantasia e o fantástico pelo
simples fato de viver e desejar transcender a realidade em busca de outros
mundos, conhecidos ou imaginados, todos eles motivados e centrados na
experiência real. Sendo o ato de ler uma experiência tão intensa que se
funde e se confunde com o próprio ato de viver.
Ler é uma experiência essencialmente subjetiva
e, quando lemos Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Rubem Braga e tantos outros,
passamos a ser leitores criativos, guardamos e recriamos as suas palavras e
personagens, no nosso universo íntimo e na vida coletiva, como nossas vivências
e revelações.
Nunca é demais
colocar em destaque que o ato de ler, percorrendo um território entre a
realidade de fato e o jogo do imaginário, identificando sentidos e recriando
outros, casando conhecimento com prazer, é uma experiência única e imperdível –
é um lugar de liberdade, de aventura e também de criação.
Por Luciana Reis
Gostei dessa reflexão.
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