sábado, 18 de outubro de 2014

Leitura: tema para reflexão



A experiência imperdível da leitura e a busca de afirmação da subjetividade de alguém no mundo das palavras formam um leque de lances e conceitos quase infinito e têm lugar de destaque no território das reflexões sobre leitura.
 Entretanto, a complexidade, a disponibilidade, a multiplicidade de sentidos, os arranjos sugestivos, as brechas de significação, mesmo nos textos referenciais, parecem solicitar mais do que uma leitura sob o crivo da razão, e é aí que entra o imaginário do leitor. Isso porque sentir, imaginar e criar são modos de pensar e também componentes praticamente simultâneos nas trilhas da leitura, nos caminhos da criação.
 A leitura se move, com uma dinâmica muito singular, pelo desejo de entender, imaginar e recriar o mundo traçado pelas palavras e o mundo em que se vive de fato e pode ser revisto, reordenado e reinventado pela sensibilidade do leitor.
É da natureza do ser humano uma expressiva propensão para viver a fantasia e o fantástico pelo simples fato de viver e desejar transcender a realidade em busca de outros mundos, conhecidos ou imaginados, todos eles motivados e centrados na experiência real.  Sendo o ato de ler uma experiência tão intensa que se funde e se confunde com o próprio ato de viver.
 Ler é uma experiência essencialmente subjetiva e, quando lemos Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Rubem Braga e tantos outros, passamos a ser leitores criativos, guardamos e recriamos as suas palavras e personagens, no nosso universo íntimo e na vida coletiva, como nossas vivências e revelações.
Nunca é demais colocar em destaque que o ato de ler, percorrendo um território entre a realidade de fato e o jogo do imaginário, identificando sentidos e recriando outros, casando conhecimento com prazer, é uma experiência única e imperdível – é um lugar de liberdade, de aventura e também de criação.


Por Luciana Reis

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